Crítica: O Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança

Esse fim de semana tive a infelicidade de ir ao cinema ver o "Motoqueiro Fantasma - Espírito de vingança", esperava chegar em casa e fazer uma crítica positiva, dizendo que a Marvel acertou mais uma vez em fazer um grande e honroso filme de um de seus super-heróis mais fascinante e obscuro. Eu me enganei profundamente. Motoqueiro Fantasma é um filme patético.

Que fique bem claro aqui que eu não tenho um conhecimento aprofundado no universo do personagem nos quadrinho, as críticas serão totalmente voltadas para o que eu vi e venho acompanhando do personagem no universo dos cinemas.

Eu realmente gostei do primeiro filme (2007), achei o Johnny Blaze de Nicolas Cage convincente e as cenas de ação foram bem dosadas ao decorrer do filme, misturadas com uma trama melhor elaborada e com leves tons de humor, diferente do que acontece nessa sequela.

Por começar que o filme em si não é bem uma sequencia, já que eles esquecem praticamente tudo que aconteceu no primeiro filme, apenas citando algumas coisas em flashbacks (que por sinal grande maioria é em forma de desenho, parece que o orçamento do filme não foi dos melhores), porém de uma forma diferente, como no caso, como foi feito o pacto com o demônio Roarke.

Gosto do ator Nicholas Cage, principalmente em filmes como "Cidade dos Anjos" e o exímio "60 segundos", mas venhamos, ele só tem feito péssimos filmes ultimamente e a atuação desse segundo motoqueiro fantasma beira ao ridículo, totalmente sem expressões e sem nenhum carisma o ator passa despercebido o filme todo, apenas se contorcendo em caretas e gritos quando esta prestes a ser possuído pelo fantasma.

O espírito da vingança (forma caveira do motoqueiro) foi aperfeiçoado em relação ao primeiro, dessa vez ele é uma caveira mais escura com traços mais detalhados e o efeito das chamas misturado a fumaças são surpreendentes, com um destaque especial para o efeito da sua roupa de couro que fica borbulhando com o calor de seu corpo, tirando isso a contrução do personagem é fraquissima. Até mesmo a sua corrente que é marca registrada no primeiro filme é pouco usada nesse e sua famosa fala "culpado" (usada quando ele julga e destrói as almas daqueles que ele ve como culpados) foi totalmente excluida dessa versão.

O filme não possui nenhuma lógica, com uma historia altamente confusa e sem nexo. Johnny Blaze vai para a Europa para tentar controlar o demônio do motoqueiro e livrar-se de vez do contrato que fez com o diabo. Lá ele é encontrado por Moreau (Idris Elba), que na minha opinião, acabou sendo o melhor ator de todo o longa. Moreau é um tipo de guia para Johnny aconselhando-o no que fazer durante toda a projeção.

Como antagonista, o demônio Roarke (Ciarán Hinds), que fez o pacto com Blaze, está na Terra na forma  humana a procura de seu filho Danny (Fergus Riordan), para poder possuí-lo e expandir seus poderes. Johnny teria que levar essa criança para ser protegida numa ordem religiosa dirigida por Methodius (Christopher Lambert, em fim de carreira), o que não faz nenhum sentido já que não nos é explicado de forma coerente do porque o motoqueiro querer tanto salvar o filho do diabo em pessoa.

O filme é recheado de cenas de perseguições motorizadas, detaque para a cena em que o nosso herói em chamas transforma uma máquina gigante de ferro em uma máquina de matar em chamar.

Ao sentar na cadeira do cinema pensei que veria um filme adulto recheado de cenas fortes de ação e com uma linguagem mais madura, mas o longa se mostrou repleto de brincadeiras sem graça e humor desnecessário como a hora em que um dos vilões (totalmente descontextualizado) mostrou os 2 dedos para um personagem e fala "paz e amor" ou quando o Motoqueiro Fantasma diz julgar culpados todos aqueles que fazem o mal de alguma maneira como "fazer download ilegais". Sério mesmo diretores?! Sério mesmo roteiristas?! O motoqueiro fantasma, o demônio da vingança personificado na terra pra combater o mal julga culpado aqueles que fazem downloads ilegais, é meu caros amigos, estamos todos fadados a sentença do caveira flamejante.

Passando a impressão que a próxima cena sempre será a melhor, porém nunca chegando a este ápice, o filme fica estagnado na sua história incoerente, com péssimas atuações e brincadeiras desnecessárias. Motoqueiro Fantasma não é apenas um dos piores filmes de super-heróis que eu já vi, ele é um filme que merece ser apagado da mente daqueles que tiveram a infelicidade de perder 1 hora e meia de suas vidas.

- No inicio do filme Johnny aparece se sentir desconfortavel com a luz do sol procurando viver em lugares escuros e repugnando a luz solar, fato que só acontece na primeira cena, ja que em todas cenas seguintes os roteiristas parecem ter esquecido isso, já que ele caminha tranquilamente pelo sol.

- Em certa cena o Motoqueiro é acertado por um lança granadas o que faz com ele desmaie (??????), nas cenas seguintes do filme ele é atingido por milhares de tiros e inclusive em cheio por um lança foquetes Javelin causando uma enorme explosão, porém dessa vez ele não parece nem ter ficado tonto.

- A moto do motoqueiro, que no primeiro filme tem um estilo todo modificado, recoberta por uma forma esquelética e com um visual assustador, aparece agora como um simples moto normal em chamas.

- As cenas de lutas corporais do filme são totalmente banais, trazendo uma sensação de desconforto ao olhos, sem nenhum atrativo e efeitos precários.

O Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança está em cartaz nos cinemas, mas sinceramente aconselho não perderem 1 hora e meia de suas vidas.